biography
Uma guitarra sueca Hagstrom que ganhou quando moleque foi um dos primeiros empurrões que Fiervo (aka Fernando Iervolino) recebeu em direção ao universo ao qual viria a entrar de cabeça alguns anos mais tarde. Comandar a rádio do colégio também já indicava ali uma paixão por música, na época um pouco escondida por um outro talento: o desenho. Os rabiscos de quadrinhos nas páginas de papel aos poucos deram lugar à outros tipos de heróis: àqueles de camiseta preta que berravam alto em cima de um palco. Fiervo foi um moleque do rock, moldado por grunge, indie e música alternativa.
Mas sua visão de música foi bastante deformada quando o rock bateu de frente com a dance music, lá no começo dos anos 2000. O revival disco-punk e electro o pegou forte pelo estômago e o jogou de vez na eletrônica. De "bate-cabeça" Fiervo virou um "club-kid". E passar da pista de dança para a cabine do DJ foi um caminho bem natural para ele. Seu interesse constante por pesquisar sonoridades diferentes o fez descobrir que se conectar com os outros através da música era uma paixão deliciosa a se explorar. Vendeu sua guitarra, comprou um par de technics e se mandou para Europa, onde estudou na Academy Of Contemporary Music, em Londres. Na volta, ganhou um concurso de novos talentos da revista Mixmag, cujo o prêmio foi tocar na versão brasileira do Festival Creamfields. E então a coisa andou.
Natural de São Paulo, o som do DJ Fiervo vai além do espectro da disco e house. Seus sets misturam influências de funk, soul, electro, brazil, techno, RnB, afro e rock num mesmo caldeirão. Tudo sob um recorte mais underground, menos óbvio. Dentro desse cenário, Fiervo pode passear por diferentes moods. Quando a pista é mais noturna, o caminho é mais sintético de beats retos, como nas vezes em que assumiu a cabine de clubs como D-Edge e Vegas ou festivais como The Creators Project e Popload. Quando a pista é vespertina, a seleção tende a ser mais orgânica, melódica e eclética. Bom exemplo disso são as festas do selo Mareh e o projeto Heineken Up On The Roof, do qual fez a curadoria e foi dj residente. Nesse mesmo conceito, não dá pra deixar de citar seu saboroso projeto Sunny Disco, uma série de festas e mixes ensolarados voltado à música balearic. Seja como for, o resultado é sempre o mesmo: música que não se apega a sotaques e fórmulas. Fiervo gosta de dizer que só toca as faixas em que acredita e que levantam os pelos do braço. Aliás, existe motivo mais genuíno para se querer ser DJ?
Alguns festivais, eventos e clubs onde Fiervo já se apresentou: Creamfields Brasil, The Creators Project, Mareh Festival, Rock In Rio, Heineken Up On The Roof (curadoria e residência), Popload Gig (Metronomy opening act), Babel, Calvin Klein Nocturne, Terrazza Martini, Jameson Presents The Jam, D-Edge, Bar Secreto, Vegas, Casa 92, Lions Club, PanAm…
Crédito de fotos:
Daniela Tovianski (retrato Fiervo)
El Proyector (demais fotos)